INTOXICAÇÃO POR CHOCOLATE EM CÃES – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

BRUNA ANTUNES TEIXEIRA, José Carlos Massoni Schirmann, Fernando Machado da Luz, Lucas de Souza Cougo, Natali Silva Maruri, Regina Celis Pereira Reiniger

Resumo


Introdução:Diversos alimentos que fazem parte da alimentação dos seres humanos não devem fazer parte da dieta dos animais, dentre eles pode-se citar o chocolate. Este é produzido a partir de sementes do cacau, que é composto de carboidratos, sais minerais, vitaminas e os ácidos orgânicos como as metilxantinas, as quais são a teobromina e cafeína, consideradas estimulantes das funções orgânicas.O chocolateé um dos principais alimentos causadores de intoxicação em cães por conterem elevados teores de metilxantinas. Dentre essas, a teobromina é a mais perigosa, e sua quantidade aumenta com a diminuição do teor lipídico do chocolate, portanto, sendo maior em chocolates amargos. Outro tipo é acafeína, embora seja encontrada em menor quantidade,também contribui para o quadro de intoxicação. Objetivo:O objetivo deste trabalho é alertar os proprietários sobre os efeitos nocivos da administração de chocolate aos animais. Metodologia:O presente trabalho foi realizado através de uma revisão de literatura, baseado no levantamento de trabalhos científicos publicados em periódicos e obras literárias consagrada. Resultados:As metilxantinas são altamente lipossolúveis e possuem a facilidade de atravessar as barreiras placentárias e hematoencefálica, e são absorvidas tanto no estômago quanto no intestino, sendo distribuídas amplamente por todo o corpo. Uma vez absorvidas no trato gastrintestinal, são metabolizadas no fígado através das reações de conjugação. Os cães são mais sensíveis à intoxicação por metilxantinas porque apresentam lenta eliminação em comparação às outras espécies. No cérebro competem com os receptores benzodiazepínicos, e com isso causa excitação. Em grandes quantidades no organismo a teobromina causa diurese, relaxamento dos músculos lisos, principalmente da bexiga; estímulo do coração, aumento da contratibilidade miocárdica e taquiarritmias que poderão levar a edema pulmonar e congestão; estímulo do SNC, potencialização do estado de alerta e hiperatividade reflexa, tremores e ataques convulsivos; aumento de resistência vascular cerebral, provocando uma diminuição do afluxo e da tensão de oxigênio na circulação periférica. A dose tóxica da teobrominaé de 100 a 175 mg/kg. Em geral, podem-se observar sinais leves em cães que ingeriram 20 mg/kg. Os efeitos cardiotóxicos podem ser observados na dose de 40 a 50 mg/kg e as convulsões podem ocorrer em dose maior ou igual a 60 mg/kg. A dose de 60 g de chocolate ao leite por kg de peso corporal é potencialmente letal. Os principais sinais clínicos normalmente encontrados são: diarreia, vômitos, hiperatividade, tremores, fraqueza, taquicardia, hipertermia dor abdominal, poliúria, taquipneia, arritmias cardíacas, convulsões, desidratação e intensa vocalização são relatados entre seis a 12 horas após ingestão, além de mortes. O diagnóstico é baseado no histórico de ingestão, acompanhado dos sinais clínicos e achados de chocolate no conteúdo de lavagem gástrica.Conclusão:É muito importante alertar os proprietários sobre o risco deofertar chocolate e seus derivados aos animais, apesar de pouco conhecida, a intoxicação por chocolate é frequente em cães, principalmente pela falta de conhecimentos dos seus efeitos ao organismo do animal.Em pequenas quantidades pode ocasionarum quadro toxêmico e levar até mesmo à morte em grandes quantidades. 


Palavras-chave


Palavras-chave: intoxicação; chocolate; cães.

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