ASPECTOS FENOTÍPICOS DO NANISMO EM PONEI NATIMORTO - RELATO DE CASO

VITORIA RAMOS DE FREITAS, ANDRESSA BRIAO LENCINA, DANIELA RODRIGUES ALVES RAMOS, LUCIANA ARAUJO LINS

Resumo


Introdução: O nanismo é uma das alterações congênitas mais comuns no homem e nos animais e pode apresentar-se nas formas proporcional ou desproporcional, as quais possuem etiologia e apresentação clínico-morfológicas distintas. Animais portadores de nanismo proporcional, afora a redução de tamanho de diversos órgãos, não apresentam outras anormalidades morfológicas. Já no nanismo desproporcional (condrodisplasia) observa-se alteração óssea e cartilaginosa, geralmente causada por defeito na nutrição ou metabolismo desses tecidos, ou mesmo a etiopatogênia tem sido atribuída a defeitos nos genes responsáveis pela condrogênese. O animal condrodistrófico é um anão desproporcional, com crescimento aposicional normal a partir do periósteo e endósteo, característica que diferencia do nanismo proporcional, além do crescimento normal dos ossos que crescem pelas suturas, ou seja, os ossos chatos do crânio têm crescimento normal. Em contrapartida, os ossos dos membros, vértebras, costelas e os da base do crânio que apresentam crescimento lento, sendo estes de tamanho reduzido. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi relatar as características fenotípicas sugestivas de nanismo encontradas em um pônei natimorto. Metodologia: Foi atendida no Hospital Veterinário da Universidade da Região da Campanha-URCAMP, uma égua pônei, com cinco anos de idade, sem raça definida, apresentando quadro de distocia. Segundo o proprietário, a égua estava em trabalho de parto desde o início da tarde, totalizando 6 horas desde o atendimento. No exame clínico foi percebido também a presença de prolapso retal severo, representando esforço severo no periparto. Foi realizada manipulação obstétrica, a qual foi improdutiva, porque o feto não se encontrava em apresentação fisiológica. Devido o tempo de trabalho de parto, a incapacidade de reposicionamento fetal e desconforto demonstrado pela égua, foi adotada cesariana, permitindo a exteriorização do feto. O produto resultante foi um natimorto com sinais sugestivos de nanismo. Resultados: A pônei não sobreviveu a cesariana provavelmente por agravamento de um quadro de toxemia devido a permanência exacerbada do feto no útero. No exame físico do natimorto percebeu-se o tamanho deste sendo menor do que o normal, com hiperextensão dos dígitos anteriores, hiperflexão dos posteriores, tarsos em foice e abaolamento significativo da testa. Ao exame radiográfico foi identificado no animal desproporcionalidade craniana, defeito de oclusão dentária caracterizado por prognatismo e alterações osteo-musculares compatíveis com nanismo. Os membros eram desproporcionalmente curtos, apresentando como principais achados ossificação incompleta dos ossos de carpo e tarso, radio e metatarso apresentam-se com a extremidade proximal curva. Outro achado radiológico foi a má formação das vertebras cervicais caracterizada por compressão das mesmas. Conclusão: Conclui-se que baseado nas características fenotípicas apresentadas, o indivíduo pode ser portador de nanismo. Para a confirmação é necessária avaliação genotípica do indivíduo, o que não foi possível devido o desconhecimento de seu progenitor.


Palavras-chave


Nanismo; Pônei; Natimorto.

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