AMPUTAÇÃO DE TERCEIRO MEMBRO EM GALO: RELATO DE CASO

SCARLETTE BARDIM AREBALO, Dandara do Amaral Roberto, Adriana Lucke Stigger, Cinthya Valeska Lederhans, Luis Felipe Dutra Corrêa

Resumo


As malformações congênitas são defeitos na constituição de algum órgão ou conjunto de órgãos que determine uma anormalidade morfológica estrutural, que surgem no desenvolvimento durante a vida fetal, abrangendo todos os desvios em relação à forma, tamanho, posição, número e coloração de uma ou mais partes capazes de ser averiguadas macroscopicamente ou, ser discreta não sendo verificada na ocasião do nascimento. Essas anomalias geralmente ocorrem quando o feto está dentro do ovo e pode ter causa biológica, química ou até mesmo climática, se houver variação de temperatura. As mutações morfológicas levam o nome da anomalia, que é a ausência ou presença a mais de uma estrutura, são alterações que acarretam prejuízo funcional, porém compatível com a vida. Monstruosidade é uma anomalia acentuada incompatível com a vida. As cirurgias de reparos são feitas para correção das anomalias, já que podem interferir no bem estar do animal e/ou sobrevivência destes animais. Galos são machos da espécie Gallus gallus domesticus, aves galiformes e fasianídeas. Estas aves possuem bico pequeno, crista carnuda, pernas escamosas e asas curtas e largas. A galinha tem uma enorme importância para o homem, sendo o animal doméstico mais difundido e abundante do planeta. O presente trabalho relata o caso de um galo apresentando terceiro membro na região ventral a cloaca. O proprietário relatou que terceiro membro era incomodo a ave por reter fezes, e arrastava apresentando escoriações. Ao exame clinico os padrões fisiológicos mostravam-se normais. A inspeção observava-se um membro formado com polidactilia e o membro era formado até a metade do osso tibiotarso abaixo da cloaca. Ao exame de sangue, observou hematologia normal para espécie, sendo encaminhado para cirurgia. Após tricotomia da região e epilação, foi induzido com diazepan (0,5 mg.kg-1, IV) associado a ketamina (5 mg.kg-1, IV). Foi realizada a venóclise na veia ulnar e administração de solução de ringer com lactato. No momento da cirurgia, foi realizada uma bolsa de tabaco na cloaca com fio nylon 4-0. No entanto ao fazer a incisão observou que abaixo do membro a ser amputado havia uma segunda cloaca. Logo, tentou-se sondar, sendo impossível a propagação da sonda. Diante deste fato, fez-se a amputação do membro e resolveu-se deixar a falsa cloaca por não tratar-se de um problema para a ave. O pós-operatório foi realizado com uso de cetoprofeno (1 mg.kg-1, SID, IM, durante 3 dias), cloridrato de tramadol (40 mg.kg-1, IM) e limpeza da ferida com rifocima (Rifamicina Sv Sódica). Após 10 dias, foram retirados os pontos mostrando-se cicatrização completa e o animal recebendo alta. A excisão cirúrgica possibilitou a ave um retorno as suas atividades e uma melhora na sua qualidade de vida.


Palavras-chave


Anomalia; aves; remoção de membro.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.