MEGAESÔFAGO EM CÃO: RELATO DE CASO

Victória Pires Panassolo, Guilherme Araujo Collares da Silva, Vitória Ramos de Freitas

Resumo


Introdução: O megaesôfago caracteriza-se pela ausência ou diminuição acentuada dos plexos nervosos intramurais do esôfago, determinando distúrbio motor esofágico à deglutição. O megaesôfago congênito provoca regurgitação, porém sem anorexia, além de subdesenvolvimento após o desmame. Também se observa perda de peso, prejuízo no crescimento, hipersalivação, halitose, saliência do esôfago na entrada torácica, dor associada à palpação do esôfago e várias tentativas de deglutição laboriosa. O diagnóstico se dá a partir do exame físico da cavidade oral, região cervical e ausculta do tórax. A radiografia simples deve ser realizada na região cervical e torácica, podendo ser necessária radiografia contrastada em caso de inconclusão no diagnóstico. Não há cura, portanto, o tratamento é apenas conservativo. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um cão apresentando megaesôfago com ênfase no diagnóstico clínico e radiológico. Metodologia: Foi atendido no HCV-URCAMP um cão macho, sem raça definida e de aproximadamente 4 meses de idade com a queixa de que após cada alimentação o animal apresentava vômitos e hipersalivação. No exame físico, não foram percebidas alterações dos sinais vitais. O animal não apresentava alteração de apetite. O proprietário não demonstrava conhecimento de alteração similar nos demais membros da ninhada. De acordo com o exame físico, idade do animal e anamnese, suspeitou-se de megaesôfago congênito. Para a confirmação do diagnóstico clínico, foi solicitado o exame radiográfico contrastado do esôfago para avaliação da porção cervical e torácica, em que, com uma seringa, foi introduzido cerca de 20 ml de sulfato de bário na cavidade oral do animal e este foi deglutido para obter o resultado. Após dois meses, o cão voltou para reavaliação. O exame físico se mostrou dentro da normalidade e o cão apresentou melhora do estado corporal. No entanto, a queixa de vômito após a refeição persistia, sendo o animal submetido a um novo exame radiográfico contrastado, para avaliar a atual situação do quadro. Resultados: O animal apresentava sinais de vômito, os quais devem ser considerados como regurgitação, porque não havia produção de conteúdo alimentar digerido. Essa enfermidade também causa perda de peso, hipersalivação e não apresenta anorexia, sinais estes apresentados pelo animal em questão. Devido às suspeitas, foi requerida esofagografia contrastada utilizando sulfato de bário para confirmação do diagnóstico, porque o exame radiográfico simples não demonstrou a dilatação esofágica. No exame pode-se visualizar a dilatação esofágica generalizada, confirmando o diagnóstico de megaesôfago. Desta forma, indicou-se para o proprietário do paciente um tratamento dietético conservador, a fim de evitar o agravamento da dilatação e aspiração do conteúdo alimentar, onde o animal deve ser alimentado em uma plataforma elevada que requeira o animal em estação com apoio dos membros posteriores, para que a gravidade faça com que o alimento chegue até o estômago. Após dois meses do tratamento proposto, não se notou melhora significativa da sintomatologia clínica, nem mudança na conformação do esôfago, porém o animal demonstrou melhora no estado nutricional. Conclusão: Conclui-se a partir da anamnese, exame físico e radiológico que o caso se tratava de megaesôfago congênito e o tratamento conservativo pareceu eficaz em minimizar os sintomas clínicos.

Palavras-chave


Canino; regurgitação; dilatação esofágica.

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