USO DE ANTIPSICÓTICOS ASSOCIADOS A PROMETAZINA EM PACIENTES INTERNADOS POR ESQUIZOFRENIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA CIDADE DE BAGÉ, RS.

Isadora Baggio Gomes

Resumo


A esquizofrenia é estabelecida como uma psicopatia crônica sem causa definida (com ocorrência em 1% da população mundial, ou seja, em torno de 70 milhões de pessoas) que engloba principalmente os danos causados ao próprio paciente e seus familiares. É considerada uma enfermidade complexa por pronunciar sintomas denominados positivos (alucinações, delírios e distúrbios do pensamento) e negativos (embotamento afetivo, anedonia, falta de motivação entre outros). Os antipsicóticos correspondem a uma base para o tratamento da esquizofrenia, a hiperfunção dopaminérgica presente é uma das hipóteses para o tratamento farmacológico da esquizofrenia. Hoje em dia existem duas classes de antipsicóticos, os típicos e os atípicos, que possuem o mecanismo de ação relacionado com o bloqueio de receptores dopaminérgicos D2. Em casos de agitação secundária à psicose, um dos tratamentos considerados de emergência é a associação do haloperidol (antipsicótico típico) com a prometazina (anti-histamínico), a alegação dessa conduta seria estimular essa droga antipsicótica rapidamente e em conjunto com as propriedades sedativas da prometazina. Este trabalho teve como objetivo analisar o uso de antipsicóticos associados a prometazina em pacientes internados por esquizofrenia em um Hospital Universitário da cidade de Bagé, RS. Além de verificar, dentro do contexto hospitalar, as variações quanto ao gênero nesta doença, a média de idade, tempo de internação, especialidade médica, convênio e se houveram reinternações. As internações por esquizofrenia no período estudado totalizaram 0,77% (n=XX do total de 1284), sendo o percentual de maior índice no sexo masculino (80% - n=8), com faixa etária de 20 a 30 anos (40% - n=4). Em relação ao tempo de internação, a metade ficou de 16 a 20, com especialidade médica prevalente na psiquiatria 90% (n=9) e 1 única internação neste espaço de tempo (80% - n=8). Metade dos pacientes utilizaram 2 antipsicóticos e 60% (n=6) tiveram a prescrição do haloperidol associado a prometazina. Mais da metade dos pacientes internados utilizaram a associação de Haloperidol e Prometazina, o que demonstra um perfil de pacientes mais agitados.


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