OSTEOSSÍNTESE TIBIOTARSO EM TRÊS CATURRAS: RELATO DE CASO

SCARLETTE BARDIM AREBALO, Dandara do Amaral Roberto, Mauricio Machado Carllosso, Graciele Santos do Couto, Sabrina dos Santos Bennet, Luis Felipe Dutra Corrêa

Resumo


O interesse em aves como animal de companhia vem crescendo nos últimos anos, o que levou ao aumento na demanda de atendimento desses animais. As aves estão presentes na rotina clínica veterinária, e seus cuidados não devem ser negligenciados. Dentre as alterações que acometem as aves, as fraturas de ossos longos das asas e dos membros pélvicos são as mais frequentes. As alterações ortopédicas ocorrem devido a traumas, porém podem ocorrer de desordens nutricionais ou genéticas. As intervenções cirúrgicas são indicadas na tentativa de manter a função dos membros afetados. Osteossíntese é a junção das extremidades dos fragmentos ósseos fraturados e sua manutenção em posição anatômica correta com auxílio de placas, fios, pregos, parafusos, etc., que serão retirados quando a fratura estiver consolidada. A osteossíntese em aves constitui-se um desafio para o cirurgião veterinário devido às características anatômicas e funcionais como modificações no esqueleto, com possibilidade de prejudicar o voo, perda ou fusão de ossos, redução da espessura cortical e pneumatização das cavidades medulares. A Caturra (Myiopsitta monachus) é uma das aves de estimação mais populares, nativa das regiões subtropical e temperada da América do Sul, é uma ave da ordem Psittaciformes, da família Psittacidae. O presente relato descreve o caso de três caturras, a primeira havia sofrido uma pisadura, a segunda caiu da sacada e a terceira foi atacada por um cão. Todas estavam com fratura do osso tibiotarso direito. Ao exame clinico apresentavam padrões fisiológicos normais para espécie. Após coleta de sangue da veia da asa (veia ulnar) e de posse do resultado normais e realização das radiografias foram encaminhadas para a cirurgia. Foi canulado a veia da asa com cateter 24G, para indução com diazepan (0,5 mg.kg-1, IV) associado a ketamina (5 mg.kg-1, IV). A manutenção foi feita com isoflurano vaporizado com oxigênio a 100%. Realizou-se a redução aberta da fratura, após o alinhamento ósseo, foi introduzido a haste de uma agulha 12x8. Foi feito dermorrafia da região tibiotarso com fio nylon 4-0, pontos tipo isolado simples. O pós-operatório foi realizado com o uso de cetoprofeno (0,2 mg.kg-1, IM) e cloridrato de tramadol (40 mg.kg-1, IM). Após 7 dias, foi retirado os pontos e já apresentavam o retorno a função do membro acometido. Em 45 dias retornaram para revisão onde já estavam com função do membro restabelecido. Para cirurgia ortopédica de aves, o médico veterinário tem que ser dotado de criatividade, pois não estão disponíveis, no comércio, materiais específicos para ortopedia em aves, logo o cirurgião deve improvisar a utilização de materiais convencionalmente utilizados e projetados para outras funções, como foi o caso da utilização de uma agulha 12x8, na substituição de pinos intramedulares, visto que não há pinos de diâmetro tão pequeno. A haste da agulha 12x8 mostrou-se um método efetivo para o tratamento de fraturas de tibiotarso em caturras. 


Palavras-chave


Ortopedia; aves; fratura.

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