AS CONSEQUÊNCIAS DO DESEMPREGO NA SAÚDE MENTAL DE TRABALHADORES DESEMPREGADOS

ANDRIELE MORAIS E SILVA, SÚSI BARCELOS E LIMA

Resumo


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre de 2017 a taxa de desemprego no Brasil bateu o recorde, sendo apontada como a maior nos últimos três anos. Calcula-se que existem 14,2 milhões de desempregados no país. Sabe-se que este cenário se torna propício às situações de vulnerabilidade social, sendo o desemprego um fenômeno estudado pela psicologia social e do trabalho em sua dimensão psicossocial. O objetivo desta pesquisa em andamento é analisar de que forma o fenômeno do desemprego pode interferir na saúde mental de sujeitos em situação de desemprego. Esta pesquisa configura-se como descritiva e exploratória, com abordagem quantitativa, tendo como população os sujeitos desempregados que realizaram cadastro na agência de empregos Maciel e Pazetto Consultoria, localizada na cidade de Bagé, RS. Para melhor compreensão do fenômeno, optou-se por questionar candidatos de ambos os sexos, sem vínculo empregatício, com idade entre 18 e 60 anos. Utilizou-se como critério de exclusão sujeitos aposentados. Neste estudo foram utilizados como instrumentos para obtenção dos dados três questionários pré-definidos: Questionário Sociodemográfico (QSD); Escala para Avaliação de Sofrimento Psíquico-Social de Trabalhadores Desempregados (EASPSTD); Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG12). Para tabulação dos dados utilizou-se o programa Microsoft Excel. A primeira parte da pesquisa foi aplicada em todos os candidatos que se enquadram nos critérios de inclusão e que se apresentaram no mês maio de 2017 para fazer cadastro na empresa, constituindo-se em uma amostra de 50 respondentes. Os resultados ainda são parciais, pois estão em fase de aplicação. Através da escala EASPSTD, observou-se que os resultados da média dos itens referentes ao sofrimento psíquico foi de 3,27, evidenciando haver relação do desemprego com alterações nesta variável. Isso indica a presença de risco para a saúde mental dos participantes da pesquisa. No QSG12, médias de três ou acima de três pontos indicam o indício de patologias. A média do fator geral, que é onde se mede a gravidade da falta de saúde mental, foi de 2,43. Embora os resultados sejam parciais, pode-se concluir que o desemprego afeta o trabalhador desempregado em inúmeras questões, pois o trabalho é visto como um alicerce fundamental na vida do homem. Que não somente lhe provém subsídios para a sobrevivência, mas, sim, está relacionado diretamente com a identidade e o sentido que o sujeito dá à sua vida. Pois é moldado em suas relações intra e interpessoais pelas condições e rotinas que o trabalho lhe impõe. Quando o indivíduo se encontra em situação de desemprego pode desestruturar-se em todas as outras áreas da vida. Portanto, faz-se necessário estudos aprofundados sobre esta temática para que seja possível minimizar os danos que por ele são causados. E também para maior conhecimento de causa a que a Psicologia do Trabalho venha a contribuir para a saúde mental e bem-estar destes indivíduos em situação de vulnerabilidade e sofrimento psíquico-social.

 

 

 

 


Palavras-chave


desemprego; saúde mental; trabalho.

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