DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS PRÉ-BROTADAS DE CANA-DE-AÇÚCAR INOCULADAS COM BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS

Ester Schiavon Matoso, Edenara De Marco, Cristiano Bellé, Thainã Afonso Rodrigues, Sergio Delmar dos Anjos e Silva

Resumo


Uma das opções viáveis para diminuir o custo de produção e o impacto ambiental dos cultivos, é diminuir o uso de adubos nitrogenados e auxiliar nos incrementos de produtividade, com a inoculação de bactérias diazotróficas. Uma das associações mais conhecidas é a que ocorre entre várias espécies de leguminosas e as bactérias do gênero Rhizobium e pode ser verificada através da formação de nódulos nas raízes. Mas já se sabe que, além das raízes das leguminosas, as bactérias fixadoras de nitrogênio endofíticas também atuam no interior de algumas plantas, como cana-de-açúcar, cereais e gramíneas forrageiras. Diante disto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da inoculação de bactérias diazotróficas no desenvolvimento inicial de mudas de cana-de-açúcar, provenientes do sistema de mudas pré-brotadas. O trabalho de pesquisa foi desenvolvido em casa de vegetação da Embrapa Clima Temperado. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com nove repetições, sendo cada parcela representada por uma muda. Os fatores foram arranjados em um esquema bifatorial (6x2), onde foram testadas cinco espécies de bactérias diazotróficas (Herbaspirillum rubrisubalbicans, Herbaspirillum seropedicae, Burkholderia tropica, Gluconacetobacter diazotrophicus e Azospirillum amazonense) e duas cultivares de cana-de-açúcar (RB867517 e RB966928), além das testemunhas em que não foi realizada a inoculação de bactérias. Foram realizadas avaliações diárias do número de mudas brotadas até o 20º dia após o plantio, quando ocorreu a estabilização da brotação, para fins de cálculo da velocidade de brotação (VB) e do índice de velocidade de brotação (IVB). Em seguida foram procedidas contagens do número de folhas para avaliação do desenvolvimento inicial das mudas. Por fim, aos 30 dias após o plantio foi realizada uma única observação de enraizamento das mudas, onde se avaliou o volume (cm³) e a fitomassa seca das raízes. Para a variável VB, a RB867515 foi superior como testemunha, sem inoculação e quando inoculada com a bactéria Azospirillum amazonense. Dentro da cultivar RB966928, no entanto, a VB foi superior, quando inoculada com a bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus. Quanto ao IVB, a RB966928 quando inoculada com Azospirillum amazonense e Burkholderia tropica, superou a RB867515. Aos 22 dias após o plantio, observou-se um maior número de folhas, apenas na RB867515, quando inoculada com Gluconacetobacter diazotrophicus. Nenhum dos tratamentos de inoculação superou a testemunha, em ambas as cultivares. Os mesmo resultados ocorreram na contagem feita aos 24 e 27 dias após o plantio. Em relação ao volume de raízes, a cultivar RB966928 foi superior à RB867515 em todos os tratamentos de inoculação, exceto quando utilizada a Herbaspirillum rubrisubalbicans, onde não houve diferença entre as cultivares. Esse mesmo tratamento superou a testemunha da RB867515. Porém, o maior volume de raízes foi encontrado na RB966928, quando inoculada com a Azospirillum amazonense. Os mesmos resultados podem ser observados para a fitomassa seca das raízes.


Palavras-chave


Saccharum; fixação biológica de nitrogênio; substratos.

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