INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO TÉRMICO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS PRÉ-BROTADAS DE CANA-DE-AÇÚCAR

Edenara De Marco, Ester Schiavon Matoso, Jaqueline Tavares Schafer, William Felipe Osterkamp, Sergio Delmar dos Anjos e Silva

Resumo


A cana-de-açúcar é considerada uma das principais espécies cultivadas no Brasil, pois tem grande importância para a produção de açúcar e álcool. No Brasil, a cana-de-açúcar tem sido remunerada por seus índices qualitativos, de modo que, quanto melhor a qualidade da matéria-prima, maior é o preço pago por tonelada de colmos. Essa cultura é uma realidade no quesito energético, valorizada pela capacidade que tem de gerar energia limpa e renovável. A utilização de mudas contaminadas causa baixa eficiência dos métodos de produção de mudas de cana-de-açúcar tornando sua propagação inicial lenta e seu custo elevado, inviabilizando a utilização de variedades melhoradas pelos produtores de menor tecnologia. Com isso, existem também dificuldades em proteger a cultura contra pragas e doenças do solo, o que exige a maior utilização de produtos fitossanitários. Diante disto, a termoterapia tem se mostrado eficiente, com capacidade de eliminar fitopatógenos através do tratamento térmico, assegurando que o material de plantio apresente uma qualidade sanitária satisfatória, explorando o seu máximo potencial produtivo. Objetivou-se com esse trabalho testar a termoterapia pela utilização de diferentes temperaturas no tratamento dos toletes, a fim de avaliar o desenvolvimento inicial das mudas de cana-de-açúcar pré-brotadas, em dois diferentes genótipos de cana-de-açúcar. Os fatores foram arranjados em um esquema fatorial (6x2) visando avaliar o efeito de cinco temperaturas (42, 47, 52, 57 e 62 ºC), além da testemunha a qual não foi efetuado o tratamento térmico, na brotação de toletes de dois genótipos de cana-de-açúcar (RB867515 e RB975932). Os dados obtidos foram analisados quanto à normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk, à homocedasticidade pelo teste de Hartley e a independência dos resíduos foi verificada graficamente. Posteriormente, foram submetidos à análise de variância (p≤0,05). Em caso de significância estatística, para o fator cultivar foi aplicado o teste t (p≤0,05) e para o fator temperatura, análise de regressão, ajustando-se os dados às equações polinomiais: linear (Y= y0 + ax) e quadrática (Y= y0 + ax + bx²), conforme o ajuste. O genótipo RB975932 em temperatura de 47ºC obteve decréscimos nos valores de IVB de 30,1 e 16,1%, respectivamente, submetido às temperaturas de 47 e 52°C, quando comparadas à temperatura de 42°C, já o genótipo RB867515 submetido às temperaturas de 47 e 52°C obteve decréscimos nos valores de IVB, respectivamente de 35,5 e 70,9%, quando comparadas à temperatura de 42°C. Para os tratamentos com temperaturas abaixo da recomendada (52°C), apresentaram desenvolvimento inicial superior aos demais tratamentos, inclusive as testemunhas, as quais não foram submetidas a tratamento térmico. Portanto, o tratamento térmico influencia na brotação e no desenvolvimento inicial de mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar. Sendo as temperaturas de 42ºC e 47ºC as mais adequadas. Já as temperaturas de 57 ºC e 62 ºC são inviáveis para o tratamento térmico dos toletes, para os genótipos estudados.


Palavras-chave


temperatura, brotação, índice de velocidade de emergência

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