Germinação de sementes de Anadenanthera colubrina (Vellozo) Brenan em diferentes temperaturas

Luciana Pinto Paim, Eduarda Demari Avrella, Claudimar Sidnei Fior

Resumo


Anadenanthera colubrina (angico branco) é uma espécie heliófita e considerada como pioneira a secundária inicial, com ocorrência natural desde o Ceará até o Paraná. É uma espécie arbórea muito conhecida pelo teor de tanino em sua casca e pelo potencial para arborização de parques e recomposição de áreas degradadas. O aumento da demanda por mudas de espécies arbóreas nativas do Brasil tem estimulado a comercialização de sementes. Sendo que, a demanda por sementes varia conforme as condições de máximo aproveitamento do material disponível, ou seja, condições ótimas de semeadura contribuem para a máxima germinação das sementes. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o comportamento das sementes de Anadenanthera colubrina sob diferentes temperaturas. O experimento iniciou-se em outubro de 2015 com a coleta dos frutos de oito plantas matrizes. Após o beneficiamento das sementes sucedeu-se a homogeneização em apenas um lote. Como ponto de partida, foi determinado o teor de umidade (pelo método de estufa a 105ºC) e peso de mil sementes com oito repetições de 100 sementes. Os testes de germinação foram conduzidos em rolos de papel umedecidos com água deionizada autoclavada na proporção de 2,5 vezes o peso do papel seco. Foram testadas as temperaturas 20, 25 e 30ºC constantes, em incubadora tipo BOD. As avaliações foram realizadas diariamente, sendo contabilizadas as sementes germinadas (protrusão da radícula em 2 mm). Ao final das avaliações (15 dias) foram calculados: a porcentagem de germinação e plântulas normais formadas, o índice de velocidade de germinação, o tempo médio de germinação e o tempo médio de formação de plântula, o comprimento da parte aérea e das raízes das plântulas, além do volume total de raízes, massa seca de parte aérea e de raízes das plântulas. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado com quatro repetições de 25 sementes. Os dados foram submetidos à ANOVA e comparação das médias (teste DMS). Os resultados demonstraram peso de mil de sementes de 69,1g e teor de umidade no momento do teste de germinação de 12%. Na temperatura de 20ºC houve porcentagem de germinação superior (95%). Entretanto, a porcentagem de formação de plântula não apresentou diferenças estatísticas entre as temperaturas analisadas (média 80%). O tempo médio de germinação mostrou-se superior nas temperaturas de 25ºC e 30ºC, contudo, a temperatura de 30ºC foi semelhante à de 20ºC. Para o tempo médio de formação de plântulas verificou-se resultado superior na temperatura de 30ºC, sendo que na temperatura intermediária de 25ºC houve resultado superior para o índice de velocidade de germinação. Para o comprimento de raiz, houve crescimento superior em 25ºC, e para o comprimento da parte aérea em 25ºC e 30ºC, contudo, a temperatura de 30ºC foi similar a 20ºC. Na variável de massa seca de parte aérea das plântulas ocorreu crescimento favorável da espécie na temperatura de 20ºC, porém, para a massa seca de raízes o crescimento foi similar para todas as temperaturas testadas. Portanto, pode-se concluir que a temperatura de 20ºC é a mais adequada para a germinação de sementes e desenvolvimento de plântulas de Anadenanthera colubrina (Vellozo) Brenan. 


Palavras-chave


angico branco, arbórea nativa, requerimento térmico

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