Produção de mudas clonais de Acer palmatum Thunb por estacas herbáceas

Aquelis Armiliato Emer, Eduarda Demari Avrella, Gislaine Taís Grzeça, Júlio Rieger Lucchese, Claudimar Sidnei Fior

Resumo


O Acer palmatum (Sapindaceae) é uma espécie florestal de origem asiática, popularmente conhecida como ácer-japonês ou ácer-palmato. Apresenta hábito caducifólio, no qual as folhas tornam-se vermelhas ou amarelas no final de outono, sendo essa sua principal característica ornamental. Por essa razão é muito utilizada em paisagismo na região Sul do Brasil. Multiplica-se via sementes, contudo as variedades mais notáveis são propagadas vegetativamente. A estaquia é o método mais comum de propagação vegetativa, pois permite a manutenção da identidade genética dos espécimes e otimiza o processo de produção de mudas. São utilizados diferentes tipos de propágulos, associados ou não ao uso de reguladores de crescimento exógenos, indutores de enraizamento. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade da obtenção de mudas clonais de A. palmatum por meio de estaquia de ramos herbáceos, bem como a necessidade do uso de auxina sintética no enraizamento. O experimento foi conduzido em ambiente protegido pertencente ao Departamento de Horticultura e Silvicultura, localizado na Faculdade de Agronomia, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, RS. Foram coletadas estacas herbáceas durante o mês de outubro de 2015, de uma planta matriz adulta localizada nas dependências da referida Faculdade. Para o preparo das estacas, utilizaram-se somente os ápices caulinares, padronizados com aproximadamente 7 cm a partir da inserção das folhas deixando-se um nó na base de cada estaca e duas folhas apicais adultas, que tiveram seus limbos reduzidos pela metade. Posteriormente, a base das estacas foi imersa em solução hidroalcóolica de AIB por cinco segundos, nas concentrações de zero (testemunha), 2.000, 4.000, 6.000 e 8.000 mg L-1, sendo imediatamente inseridas em bandejas multicelulares preenchidas com substrato casca de arroz carbonizada. As estacas foram mantidas sob sistema de irrigação intermitente por nebulização durante 90 dias. Ao final do experimento, avaliaram-se as seguintes variáveis: sobrevivência das estacas, retenção foliar, enraizamento, formação de calos, número de raízes primárias, comprimento da maior raiz, volume e massa seca de raiz. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco repetições de 12 estacas. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e regressão. Observou-se diferença estatística para o enraizamento com comportamento linear positivo, onde a utilização de 8.000 mg L-1 de AIB apresentou 76,67% de estacas enraizadas. As outras variáveis não responderam significativamente às concentrações aplicadas. Em geral, ocorreu sobrevivência de 96% das estacas. Já para as enraizadas observou-se, em média, quatro raízes por estaca, sendo que a maior apresentou comprimento de 7,2 cm. Pode-se concluir que a clonagem de A. palmatum via estacas herbáceas é viável e a aplicação de ácido indolbutírico é vantajosa para o percentual de enraizamento dessas estacas.


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