Viabilidade de sementes de arroz produzidas em condições supra-ótimas de temperatura

Sheila Bigolin Teixeira, Gabriele Espinel Ávila, Rodrigo da Silva Armesto, Rafael Silva da Silva, Victoria Novo Schmitz, Ítalo Lucas de Moraes, Sidnei Deuner

Resumo


O estresse por altas temperaturas constitui problema limitante à produtividade das plantas. O arroz, cultura de grande importância mundial, é fortemente influenciado por este elemento climático, especialmente durante a fase reprodutiva, por prejudicar a produção de sementes. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes produzidas sob estresse por altas temperaturas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 2, sendo dois genótipos (cultivar Nagina 22 e Linhagem CTB 1115) e duas diferentes condições de temperatura (condição de controle e estresse por altas temperaturas). As sementes de arroz da cv. Nagina 22 e linhagem CTB 1115, foram produzidas na Embrapa, Estação Experimental Terras Baixas, pertencente a Embrapa Clima Temperado, na safra 2016/2017, com e sem a presença de abrigos composto por estrutura de cano PVC e plástico transparente, colocado para provocar o aumento da temperatura interna, na fase reprodutiva (R2 – R9). Nas sementes colhidas avaliou-se a condutividade elétrica, a porcentagem de germinação, o vigor (índice de velocidade de germinação e primeira contagem de germinação), comprimento e massa seca da parte aérea e raiz das plântulas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, com o auxílio do software SigmaPlot 12.0. Para a condutividade elétrica, analisando-se a cv. Nagina 22, somente no período de 24 horas foi observada diferença estatística (p<0,05), sendo a maior média apresentada pelas sementes advindas da condição de estresse. Em relação a linhagem CTB 1115, as médias de todos os períodos da condição de estresse foram significativamente superiores em comparação ao controle. Para o PCG, as sementes provenientes do tratamento estresse, apresentaram decréscimo significativo em relação aos controles. A menor média para o IVG foi apresentada pelas sementes da cv. Nagina 22 provenientes da condição de estresse, sendo significativamente inferior, inclusive, à linhagem CTB 1115 oriundas da mesma situação. Os resultados referentes aos parâmetros germinativos podem ser explicados pelo fato de o estresse por calor durante o desenvolvimento das sementes resultar em germinação reduzida e perda de vigor, diminuindo a emergência e o estabelecimento de plântulas. A análise de crescimento indica ter ocorrido redução, nas sementes provenientes do estresse, na conversão de esqueletos carbônicos a amido, principal constituinte de cereais. O estresse térmico afeta negativamente as sementes da cv. Nagina 22. A linhagem CTB 1115 é capaz de manter a viabilidade mesmo em condições de altas temperaturas durante o processo de formação de sementes.

Palavras-chave


Oryza sativa L., estresse térmico, mudanças climáticas

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