EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS: DE OFICINAS EXPERIMENTAIS DE CIÊNCIAS A CONFECÇÃO DE PAPEL ARTESANAL E A COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS.

JOSE MORAES, Marcia Dorneles

Resumo


A educação ambiental vem ocupando espaços cada vez maiores em todos os ambientes da vida humana, na sociedade, nas famílias e principalmente nas escolas. O futuro da vida depende diretamente do que fazemos no presente, por isso devemos orientar a nossa geração para que possamos deixar um mundo menos devastado pela ação antrópica. Discutir sobre gerenciamentos de resíduos, reciclagem e conservação da natureza é muito importante, pois além de ser algo que é visto no cotidiano é de fácil acesso e fácil mudança. Tudo começa em casa, a orientação dos pais para seus filhos reflete na escola. Desta forma, a implantação de ações específicas em relação ao gerenciamento interno de resíduos no Campus de Alegrete pelo curso de Ciências Biológicas, como uma oficina de confecção de papel artesanal e a prática da compostagem, serviu como motivação inicial, para a proposição deste projeto em entidades/escolas municipais. Este projeto tem como objetivos: contribuir para a melhoria do ensino de ciências através de aulas experimentais e promover a educação ambiental por meio do gerenciamento de resíduos com foco na reciclagem de papel e na compostagem de resíduos orgânicos em escolas municipais, APAE e com meninos em situação de vulnerabilidade participantes do projeto Charrua. Enfatiza-se que a educação ambiental vem sendo discutido cada dia mais nas escolas, pois a sua importância hoje é significativa. Penteado (2010) diz que as questões sobre o meio ambiente se apresentam como um dos problemas urgentes a serem resolvidos nos novos tempos que se aproximam. Com isso busca-se a conscientização das pessoas para que façam uso dos recursos disponíveis em relação à informação e utilidades sobre educação ambiental. A problemática ambiental passou a ser vista como questão mundial após a Conferência de Estocolmo, onde se apontou a necessidade de promover a educação ambiental de modo a conscientizar e envolver a sociedade. A UNESCO, em 1975, realizou uma reunião com especialistas em educação e outras áreas associadas ao meio ambiente, para estabelecer os objetivos, conteúdo e métodos da educação ambiental. Para Reigota (2010, p.11): “A educação ambiental é uma proposta que altera profundamente a educação como conhecemos, não sendo necessariamente uma prática pedagógica voltada para a transmissão de conhecimentos sobre ecologia. A educação ambiental no Brasil se volta para formação do conhecimento ecológico, cientifico e político social, e para ocorrer deve ter “[...] participação ativa das pessoas e grupos na melhoria do ambiente, construção de alternativas sustentáveis, mudança de atitudes, problematização da realidade ambiental [...]” (LOUREIRO, 2012, p.84). A proposta metodológica desenvolve-se a partir da intervenção na realidade por meio de oficinas de reciclagem de papel, de compostagem em que os participantes envolvem-se com a iniciação científica e a problematização. A relação interdisciplinar ocorre por meio do controle dos produtos (massa, temperatura, reações químicas, separação de resíduos orgânicos e inorgânicos etc). Durante as oficinas o diálogo vai ocorrendo e há uma interação entre os envolvidos. Cada envolvido tem um papel a cumprir: responsável pelo controle dos dados obtidos; pelo relatório; pela construção e elaboração dos materiais, pela busca de textos relacionados com o tema e com os conteúdos trabalhados em aula. As oficinas ocorrem tanto na Universidade como nas instituições envolvidas, sendo que na APAE ocorre toda quinta-feira pela manhã. Na quarta-feira no período da tarde atende-se aos alunos do Projeto Charrua e escolas mediante agendamento prévio. Em relação a nossa participação no projeto Charrua, foram mantidas as mesmas ações dos anos anteriores, ou seja, encontros semanais com atividades relacionadas a educação ambiental e aulas experimentais de ciências. Neste semestre, foram realizados apenas sete encontros. Na APAE  foram realizados até o dia 13 de julho  10 encontros. A turma que participa do projeto é composta por 15 alunos matriculados no EJA. Nos encontros foram realizadas experimentos de ciências de acordo com as condições de aprendizagem dos alunos. A atividade que os alunos mais se empenham é a oficina de papel artesanal. Conta-se com uma oficina de papel com os equipamentos mínimos necessários para a confecção de papéis de boa qualidade, como uso de fibras novas para serem utilizados pela escola para montagem de objetos que poderão ser comercializados pela escola. A produção de sabão artesanal a partir do óleo de fritura usado na escola foi realizada novamente. Foi dado continuidade ao processo de compostagem, conforme já informado, agora com mais controle. Em relação às atividades realizadas em outras escolas, no período relatado foram realizadas palestras em escolas atendendo a convites. Os temas abordaram questões relacionadas com Educação Ambiental. As escolas atendidas foram: EMEB Francisco Mafaldo – Polo Educacional do Caverá; Colégio Estadual Emilio Zuneda - Alegrete - RS; EEEF - Escola Estadual de Ensino Fundamental GASPAR MARTINS. Também foi realizada uma palestra no Seminário de Educação Ambiental e Sustentabilidade, promovido pela Secretaria de Educação do município. Todas as atividades realizadas estavam de acordo com os objetivos do presente projeto de extensão que trata da Educação Ambiental nas escolas: de oficinas experimentais de ciências a confecção de papel artesanal e a compostagem de resíduos orgânicos. Para o segundo semestre já estão agendadas outras ações em escolas do município

Palavras-chave


meio ambiente, resíduos sólidos, interdisciplinaridade.

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