PLANO DIRETOR HULHA NEGRA TEMA 1: PATRIMÔNIO HISTÓRICO, HISTÓRIA E CULTURA.

MARIANA HOESEL SCHERER, Magali Nocchi Collares, Maria de Fátima Schimidt Barbosa, Marilía Pereira Barbosa, José Leonardo Castilhos

Resumo


A Universidade da Região da Campanha, em convênio com a Prefeitura Municipal de Hulha Negra e apoio técnico e financeiro da UTE Pampa Sul, compõe o grupo que também é formado por profissionais e alunos de diferentes áreas do conhecimento. A equipe é constituída por dezesseis (16) docentes, um (01) ex-aluno, egresso do Curso de Arquitetura e Urbanismo da URCAMP e seis (06) discentes dos seguintes cursos das graduações em: Administração, Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Direito, Ecologia, Geologia, Sistemas de Informação, esses juntamente com o apoio de técnicos da prefeitura completam o grupo responsável pela concretização do Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Hulha Negra; objetivo do convênio. Segundo o disposto na Constituição Federal nos Art. 182 e 183 e regulamentados pela Lei Federal 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, parte integrante de um processo de planejamento municipal que visa promover o pleno cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade. O Plano Diretor teve início em maio de 2016 e previsão de término em dezembro de 2017. O desenvolvimento do projeto foi divido em cinco (5) Temas. Tema 1: Patrimônio Histórico, História e Cultura; Tema 2: Urbano; Tema 3: Ambiental e Rural; Tema 4: Econômico Social e Segurança; Tema 5: Jurídico. Neste resumo trataremos do Tema 1, que obteve como resultado do produto à construção de linha do tempo (fig. 01) onde destaca-se os principais fatos acontecidos ao longo da história do município. Os mapas da evolução urbana (fig. 03) que identificam o patrimônio arquitetônico (fig.02), a elaboração do histórico com imagens do patrimônio cultural, a tabulação dos dados referentes às leituras técnicas realizadas “in loco”, entrevistas, além de revisão bibliográfica com material fornecido especialmente pelos moradores e historiadores, levantamento físico e fotográfico dos prédios e dos locais com relevância histórica e cultural. A cidade de Hulha Negra foi emancipada de Bagé em março de 1992, entre os mais conhecidos patrimônios culturais da cidade é a “Festa do Colono” e a “Oktoberfest” que homenagem os colonos e que transmitem a cultura local, como as feiras gastronômicas. O município ainda é lembrado pelo importante episódio da Revolução Federalista de 1893, conhecido como a Degola do Rio Negro, que culminou na “Lenda da Lagoa da Música”. E ainda a partir do transporte do carvão que surgiu a linha férrea no final do século XIX, sendo esse também o seu marco inicial, nessa época originou-se uma pequena vila comercial nomeada de Rio Negro e tornou-se mais tarde Hulha Negra. Nome inspirado pela grande quantidade do minério de carvão encontrado na região. Devemos ainda citar a importância de outras atividades econômicas como a charqueada de Santo Antonio, mais tarde denominado Frigorífico Pampeano e atualmente importante atividade econômica do Município. Precisamos salientar a Estação Experimental Fitotecnia da Fronteira (1929), que contribuiu para o desenvolvimento de grãos especialmente o trigo e ainda a indústria cerâmica fortemente ativa até o ano 2000. Também no decorrer desta pesquisa foi possível constatar que Hulha Negra foi basicamente desenvolvida a partir dos projetos de colonização. Primeiramente, a colonização alemã no ano de 1925, hoje localizada nos distrito de Trigolândia e Salvador Jardim. Logo após houveram os assentamentos rurais instalados pelo INCRA nas décadas de 80 e 90, esses totalizam 28 áreas distintas caracterizadas pela agricultura e pecuária familiar, que se limitam em áreas de pecuária de maior porte ao norte do município. Alguns dos assentamentos possuem Centros Comunitários, onde estão localizadas as escolas, igrejas e postos de saúde, sendo de grande importância para a integração da população rural. Já na Sede, há escolas de educação fundamental e ensino infantil, pertencentes às redes municipal e estadual, essa última dá suporte ao ensino médio. O mais interessante é que o município por ser significativamente pequeno e possuindo menos de três décadas de emancipação, foi contemplado com um Polo da Universidade Aberta do Brasil – UAB onde tanto a própria comunidade, quanto a população das cidades vizinhas tem acesso, auxiliando no processo de desenvolvimento da sociedade hulha-negrense. Após todos os relatos orais, leituras e audiências públicas foi possível caracterizar as diferentes zonas de interesse histórico, cultural e/ ou arquitetônico, bem como a paisagem natural. Sendo de grande importância a conscientização das novas gerações quanto a preservação das edificações, assim como, a história da luta pela emancipação do município, na qual tais  informações estão sendo perdidas ao longo do tempo. Portanto, a educação patrimonial torna-se uma demanda no que diz respeito a preservação da identidade cultural na cidade de Hulha Negra.


Palavras-chave


Plano Diretor, História, Patrimônio.

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