BIOLOGIA ITINERANTE: LEVANDO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL PARA A COMUNIDADE

MARIANA BRASIL VIDAL, Jeferson Vidart Ramos, Priscila Rodrigues dos Santos

Resumo


Com o surgimento das primeiras universidades comunitárias no Rio Grande do Sul, em 1993, emergiu o compromisso de produzir e compartilhar conhecimentos e desenvolvimento para as regiões onde as mesmas se inserem, além de preservar as identidades regionais e garantir a equidade. Nesse contexto, e diante do cenário ambiental global calamitoso, o  presente projeto de extensão articula-se a construção do pensamento sustentável, a construção de uma comunidade mais ecologicamente correta e comprometida com as questões socioambientais. Configurando-se assim uma importante ferramenta para recuperação, preservação e conservação dos ecossistemas existentes no Bioma Pampa, auxiliando também na melhora da qualidade de vida desta comunidade através de processos economicamente viáveis, socialmente justos e culturalmente aceitos. O projeto tem como objetivos: despertar a consciência socioambiental da comunidade em que se insere através de práticas  e intervenções de Educação Ambiental não formal , a fim de minimizar os problemas ambientais diagnosticados. O projeto tem como público-alvo e beneficiados a comunidade no geral, acadêmicos, funcionários e professores da Universidade da Região da Campanha. Para atingir os objetivos são utilizadas metodologias práticas como intervenções, oficinas, pesquisas de campo, confecção de materiais, visitas a residências, dentre outras e teóricas (seminários, palestras, rodas de conversa, dentre outras) relacionadas a temática da Educação Ambiental. Foram ações do projeto em anos anteriores: a realização de atividades envolvendo a reciclagem de papel em empresas que confeccionam  convites de formaturas, oficinas de produtos de limpeza ecológicos em Centros Comunitários e Associações de Bairros do município de Bagé e municípios vizinhos. Além destas, houve a construção de hortas adaptadas para a terceira idade e também palestras e oficinas sobre o papel ecológico do escorpião em uma escola infantil que solicitou a presença dos integrantes do projeto, justamente pela presença destes artrópodes no local. No ano de 2017 o projeto teve início com a realização várias abordagens em praças do município de Bagé, através de intervenções na comunidade, voltadas para diferentes metodologias em Educação Ambiental, que segundo Dias (2010) são capazes de promover a ampliação da percepção sobre a complexidade das principais questões socioambientais sem necessariamente precisar falar sobre meio ambiente. Através das ações do projeto foi possível constatar um maior envolvimento da comunidade perante as questões ambientais, ocasionando uma notável melhora na qualidade de vida e diminuição dos problemas ambientais antes relatados pela comunidade de Bagé e municípios vizinhos. As intervenções possibilitaram um despertar do senso crítico perante a forma que os seres humanos vêm se comportando perante a natureza,  desenvolvendo na região uma comunidade mais consciente de seu papel e de sua responsabilidade na conservação do meio ambiente que a cerca. Fica evidenciado que através de projetos de extensão como este é possível articular comunidade e universidade, correlacionando o conhecimento empírico com o conhecimento acadêmico, científico e tecnológico, revelando os desafios da sustentabilidade ao promover a percepção das causas e consequências das nossas decisões, hábitos e atitudes, identificando formas menos impactantes e mais harmoniosa de se viver em sociedade, com mais valores humanes e menos impactos ambientais.


Palavras-chave


meio ambiente, universidade comunitária, sustentabilidade

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