MICROPARTÍCULAS DE PRÓPOLIS REVESTIDAS COM OVOALBUMINA E OBTIDAS POR SPRAY DRYING

Cristina Jansen, Raquel Oliveira, Fernanda Doring Krumreich, Bruna Wendt Bohmer, Caroline Borges, Rui Carlos Zambiazi

Resumo


Resumo: A própolis é um produto elaborado pelas abelhas através de substâncias resinosas e gomosas retiradas das plantas. Seu uso é relatado no tratamento de diversas doenças, devido as suas propriedades: antimicrobiana, anti-inflamatória, antitumoral, cicatrizante, anestésica e antioxidante. Apesar de todos os efeitos benéficos já relatados sobre a própolis, seu consumo ainda é dificultado devido ao seu sabor amargo, além da baixa solubilidade. Assim, objetivou-se com este estudo microencapsular extrato de própolis utilizando a ovoalbumina como material de parede por spray drying, caracterizar as micropartículas quanto à eficiência de encapsulação, rendimento e liberação gastrointestinal in vitro. Foi elaborado um extrato hidroalcoólico de própolis e soluções da proteína ovoalbumina, em duas concentrações (1 e 4%). O extrato de própolis e a solução de proteína foram homogeneizados na proporção de 1:1 (v/v), e a formulação atomizada em spray drying, utilizando diferentes temperaturas de entrada (120 e 160 ºC). Foram determinados os compostos fenólicos totais do extrato de própolis, a eficiência de encapsulação, o rendimento e a liberação gastrointestinal in vitro. O extrato de própolis apresentou 35 mg de compostos fenólicos por grama de própolis, e a eficiência de encapsulação dos compostos fenólicos variou de 54,60 a 88,20%. Não houve diferença significativa na eficiência dos compostos fenólicos com 1% de ovoalbumina. Já quando se utilizou 4% de ovoalbumina houve maior influência da temperatura de secagem, com a maior eficiência em 120 ºC. Quando analisado as temperaturas utilizadas, percebeu-se que em 120 ºC a eficiência foi significativamente superior quando se utilizou 4%, porém, em 160 ºC a eficiência foi significativamente superior com a solução de 1% de ovoalbumina. O rendimento das micropartículas foi afetado positivamente (acima de 50 %) quando se utilizou 1% de ovoalbumina, independente da temperatura de entrada no spray drying. Em relação às temperaturas, não houve diferença significativa entre 120 e 160 ºC, independente da concentração de ovoalbumina. Na liberação gastrointestinal observou-se liberação de grande parte dos compostos fenólicos encapsulados após 1 h no fluído gástrico, havendo redução dos compostos no fluído intestinal (após 2 h), provavelmente em virtude da degradação dos compostos fenólicos, devido ao pH ácido e a presença de enzimas. O perfil considerado como ideal para liberação seria uma baixa liberação em condições gástricas e uma liberação gradual e total no intestino delgado, onde os nutrientes são absorvidos. Quanto à digestão in vitro, nenhuma das micropartículas apresentou perfil ideal de liberação dos compostos fenólicos nas condições gastrointestinais simuladas. Entretanto, o comportamento inadequado na digestão in vitro não impede que as partículas possam ser adicionadas a alimentos em função de sua atividade antimicrobiana.

 

Palavras-chave: atomização, compostos fenólicos, liberação gastrointestinal.


Palavras-chave


Palavras-chave: atomização, compostos fenólicos, liberação gastrointestinal.

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